sexta-feira, 2 de março de 2012

Comunicado aos calouros de 2012: Lutar, criar Universidade Popular!

Comunicado aos calouros de 2012
Lutar, criar Universidade Popular!

Oposição Classista e Combativa ao DCE/UFC – março de 2012 – Fortaleza – oposicaocc.blogspot.com



A todos os recém-ingressos da UFC,
a todos os ex-estudantes de escolas públicas que
foram obrigados a se sujeitarem ao processo massacrante e
competitivo do ENEM para terem oportunidade de cursarem o Ensino Superior.
A todos os estudantes-trabalhadores e filhos de trabalhadores que terão diante de si os desafios de uma
Universidade pública cada vez mais precarizada e excludente.



Que universidade encontrarão os calouros de 2012?

O ano letivo nas universidades brasileiras mal começou e os estudantes e trabalhadores já terão de arcar com os repasses da crise econômica internacional jogados nas costas do povo. Isso porque o governo Dilma/PT já anunciou no dia 15 de fevereiro mais um corte inicial de R$ 1,93 bilhão na Educação. Somado ao corte de 3,1 bilhões realizado pelo governo federal no ano passado, teremos um total de 5,03 bilhões retirados da educação brasileira em apenas dois anos de governo Dilma/PT/PMDB.
Para nós, estudantes reunidos na OCC (Oposição Classista e Combativa ao DCE/UFC), está claro que o que acontece atualmente é um verdadeiro desmonte na Educação pública no Brasil, em todos os níveis e em todas as categorias, seja para quem usufrui do ensino (estudantes), seja para quem trabalha nele (professores, servidores e trabalhadores em geral). Esse desmonte vem para atender as demandas de reprodução do sistema capitalista, para enriquecer banqueiros, industriais e governos com o sangue e o suor do povo trabalhador.


Como o governo e os capitalistas destroem a educação pública?

Uma medida central do governo para o desmonte da educação pública foi o Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). O REUNI através de sua falsa expansão aumenta significativamente o número de estudantes na universidade, porém sua estrutura e número de professores e servidores continuam o mesmos, refletindo-se na superlotação dos RUs, número reduzido de bolsas, falta de vagas nas residências universitárias, sobrecarga e ineficiência do atendimento médico e odontológico. A expansão sem qualidade ofertada pelo REUNI, que aumentou o número de estudantes sem melhorar a estrutura da universidade e nem oferecer a devida assistência estudantil, foi também extremamente sofrível para os trabalhadores de nossa universidade, pois não foram realizados mais concursos para suprir a carência de novos servidores. No ano em que foi implementado o REUNI os estudantes foram contra ele e ocuparam diversas reitorias pelo Brasil como forma de pressionar a retirada dele.

O novo Plano Nacional de Educação (PNE), que traça metas e estratégias governamentais para os próximos 10 anos (2011-2020), dá continuidade ao último decênio ( 2001-2010), e ao PDE de 2007, documento guia do programa neoliberal “todos pela educação”. No ensino superior, o PNE-2011 prevê a massificação sem qualidade para a obtenção de ganhos quantitativos, garantindo o lucro do setor privado, numa lógica mercadológica. O exemplo disso é a continuidade das reformas da educação superior. Sistemas de financiamentos, que endividam os estudantes pobres, aprovação automática para uma maior rotatividade de vagas, investimento na formação tecnológica para o mercado, uso da EaD, etc. Principalmente para as licenciaturas, a EaD (cujos números se multiplicaram no governo Lula) aparece como uma grande cartada: de baixo custo, massificado, eficaz e flexível, é a nova tática do governo para aumentar quantitativamente a formação de professores, sem a qualidade necessária, já tão reduzida no ensino presencial.

A privatização sistemática da Educação facilita a mercantilização da mesma, abrindo espaço para o investimento de um capital privado voltado para as demandas do mercado de trabalho. Isso quer dizer que o caráter essencial da universidade (formação com conhecimentos integrais e críticos) está se perdendo dia após dia. A universidade, no final das contas, se torna apenas um centro formador de mão de obra barata e qualificada que atenderá as demandas de um mercado de trabalho cada vez mais precarizado e excludente. As consequências dessa privatização é a precarização do ensino. Que está sendo e será cada vez mais forte, na medida em que afetam não só os estudantes, mas também o corpo docente formado por um contingente cada vez menor de professores efetivos e maior de professores temporários, com poucos concursos públicos, além de outros trabalhadores precarizados ligados à Educação, como é o caso dos terceirizados.

Corte de verbas, falta de assistência estudantil (moradia, restaurantes, bibliotecas, bolsas de estudo), professores precarizados, ausência de participação estudantil nas instâncias deliberativas da universidade, ensino mercadológico, enfim, estes são só alguns dos graves problemas enfrentados pelo Movimento Estudantil, e que requerem um nível maior de mobilização de estudantes combativos, rumo a uma educação popular, a serviço da classe trabalhadora, de direito e de fato. Não se engane, os mecanismos de mercantilização do ensino: REUNI, NOVO ENEM/SISU, PROUNI, PNE e tantas outras reformas educacionais responsáveis pela precarização da educação e dos estudantes estão por trás destas problemáticas.


A tradição de luta dos estudantes

Precisamos lembrar que essas medidas que destroem a educação pública não começaram hoje. Desde os acordos entre o Ministério da Educação (MEC) com a agência do imperialismo norte-americano USAID nos anos 1960, que o governo e os capitalistas tentam destruir a educação pública, impedindo que o povo tenha acesso a uma educação digna. E desde essa época (e antes também) que os estudantes tem ido às ruas ao lado dos trabalhadores lutar contra essas medidas e defender uma educação que sirva aos interesses do povo e não dos empresários e do imperialismo. Os estudantes sempre tiveram presentes nas lutas do povo brasileiro, ao lado dos camponeses e operários, gritando e defendendo nas ruas os direitos dos trabalhadores. Exemplo histórico foi a resistência feita pelos estudantes durante a ditadura civil-militar no Brasil contra a repressão dos militares, da burguesia e do imperialismo dos EUA. Muitos estudantes lutaram contra a ditadura e tombaram em defesa dos direitos do povo.


A luta continua

Diante disso, a OCC convoca todos os estudantes que enxergam os problemas da universidade para construírem um Movimento Estudantil combativo, com um corte reivindicativo totalmente a favor da classe trabalhadora, tendo na ação direta e organização de base seus principais instrumentos táticos de luta. É somente através da luta que arrancaremos nossas conquistas, a exemplo do RU noturno, conseguido através da luta de todos os estudantes da UFC.

– Contra a privatização da Educação!
– União de estudantes, professores, servidores e terceirizados para defender a educação!
– Pela reorganização do movimento estudantil pela base
– Barrar os ataques do governo e do capital com greve geral na educação!
– Abaixo o PNE neoliberal de Dilma/PT
– Construir uma Universidade a serviço do povo, construir a Universidade Popular!


O que é a Oposição Classista e Combativa ao DCE/UFC?

A Oposição Classista e Combativa (OCC) ao DCE/UFC é uma organização de base que reúne estudantes de diversos cursos da UFC. A Oposição se propõe a lutar pelas reivindicações dos estudantes por uma universidade que sirva a classe trabalhadora e aos seus filhos. Por isso luta ao lado dos trabalhadores da universidade (servidores e terceirizados) para alcançar seus objetivos. Para isso, propomos a ação direta contra a ofensiva neoliberal e governista que se dá hoje na Educação. E que a combatividade, o protagonismo estudantil, o classismo e o anti-governismo sejam as nossas palavras e ações de ordem. A Oposição Classista e Combativa é filiada a Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC), uma corrente do movimento estudantil, que nasceu em 2009 durante o Congresso Nacional de Estudantes numa plenária que reuniu militantes do movimento estudantil de vários lugares do Brasil (RJ, DF, CE, SP, RS, GO). Atualmente possui uma atuação organizada nos movimentos de curso (Ciências Sociais, Geografia, Serviço Social, Pedagogia), universidades e escolas secundaristas. Durante esse pouco tempo de existência, a RECC construiu uma rede de oposições e coletivos estudantis para combater o governismo, representado pelas entidades pelegas UNE e UBES. Acreditamos que é fundamental reorganizar o movimento estudantil sob um programa anti-governista (contra as políticas neoliberais do Governo Lula-Dilma), classista (a luta dos estudantes deve estar relacionada as demais lutas da classe trabalhadora) e combativo (somente a ação direta poderá conquistar nossas reivindicações).


VEM AI A SEMANA NACIONAL CLASSISTA E COMBATIVA 2012

a ser realizada em março, quando debateremos a memória e as atuais lutas do movimento estudantil secundarista e universitário

NÃO ESQUECER O PASSADO PARA CONSTRUIR O FUTURO: EDSON LUÍS VIVE!

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