sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Comunicado da RECC/Ceará – nº 2 – Unir estudantes, professores, servidores e terceirizadas na luta pela Educação


A todos os estudantes e a juventude popular das periferias e favelas,

a todos os servidores e terceirizados da educação,

a todo o povo brasileiro e especialmente ao povo cearense


Unir estudantes, professores, servidores e terceirizadas na luta pela Educação

Os processos atuais de luta no Ceará estão sendo vividos ativamente pela Rede Estudantil Classista e Combativa, que não fugindo da necessidade de um movimento estudantil organizado, coerente e combativo, acredita ser necessário construirmos meios organizativos para rompermos com o economicismo estreito, discutirmos e avançarmos nas principais mobilizações ocorridas em nosso estado e cidade. Tais lutas caracterizam-se atualmente por um aspecto reativo, onde a classe trabalhadora encontra-se na defensiva aos ataques dos governos e burguesia.

As diversas manifestações de trabalhadores e estudantes em defesa da Educação são fruto do ataque do projeto neoliberal do governo Dilma/PT que cortou 3,1 bi do orçamento da educação nesse ano. Esse ataque teve ressonância no Ceará e em Fortaleza através dos governos Cid/PSB e Luiziane/PT. Essa política de cortes e o consequente aumento da precarização do ensino e do trabalho na educação são parte da estratégia do Banco Mundial que ganha materialidade nas metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

As greves de servidores e professores

Em Fortaleza, os servidores técnicos administrativos das Instituições Federais de Ensino Superior – IFES (IFCE e UFC), estão em greve diante da ameaça de privatização dos hospitais universitários (PL 1749), da falta de servidores que atendam a demanda da expansão sem qualidade acarretada pelo REUNI, pela defesa de reajuste salarial e contra a MP 520, que pretende expandir o número de professores substitutos.

No Ceará, os professores do Estado estão em luta pela aplicação do piso salarial e contra a desvalorização do plano de carreiras, nesse processo deparam-se com declarações vergonhosas em clara demonstração de desrespeito pela categoria por parte do governador Cid Gomes/PSB afirmando que “se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado”. Cid almeja com isso assassinar a carreira de professor deixando as escolas públicas precarizadas, favorecendo assim o ensino privado. É sempre importante ressaltar que a atual greve foi puxada pela base da categoria e a direção da APEOC, ligada ao governo, só acatou a greve quando era impossível contrariar a base. Se hoje a categoria ainda permanece em luta isso é fruto das mobilizações de base dos zonais e dos comandos de greve independentes da direção governista da APEOC.

Copa e remoções: ofensiva do Estado e do Capital sobre o povo

O governo não ataca somente os servidores. Cid/PSB tem como prioridade também as obras da Copa de 2014, obras que irão remover diversas famílias. Só um dos 92 projetos para o Ceará irá remover mais de 5.000 famílias de suas casas. É o Veiculo Leve sob Trilhos (VLT) sairá do porto do Mucuripe para transportar os turistas que irão assistir a Copa e deixá-los no estádio Castelão, utilizando a atual via férrea e construindo outra. Existem outras alternativas para o projeto, mas o governo não toca no assunto o que deixa claro para o povo que ele tem como objetivo realizar “higienização social” na área da Aldeota, bairro de Fátima, Montese entre outros, afinal para Cid/PSB, o povo trabalhador que construiu esta cidade não pode ter o direito de viver de maneira digna.

Moradores do Trilho se organizaram desde julho de 2010 e em outubro formaram o Movimento de Luta em Defesa da Moradia (MLDM) realizando manifestações para lutar contra as remoções impostas por Cid/PSB. Desde então o governo já tremeu quando foi expulso da comunidade Aldacir Barbosa e recentemente na manifestação do dia 17/08 na porta do Palácio da Abolição.

O corporativismo e o isolamento dos diversos setores em luta não nos levará a vitória. Frente a esses ataques é preciso união do movimento combativo sindical, popular e estudantil pela base e através da ação direta para barrar as remoções e a ofensiva do Estado e do Capital sobre o povo.

Em defesa da Greve Geral na Educação

Como discutido na quinta Plenária Nacional Classista e Combativa a RECC vem defendendo a construção da greve geral na educação para barrar os ataques do governo. Estivemos presentes nos comandos de greve das categorias em luta no Ceará propondo um ato unificado que ocorreu no dia 16/08. Esse ato mostrou que unidos somos mais fortes e foi uma forma, mesmo que conjuntural, de romper o corporativismo rumo a uma resposta coletiva dos trabalhadores e estudantes aos ataques do governo a educação. Na UFC a RECC vem propondo um espaço de discussão entre servidores, estudantes, professores e terceirizados como forma de encaminharmos unitariamente a luta em defesa da educação. Nesse sentido, acreditamos que a bandeira central para a atual luta da categoria é a greve geral na Educação, como forma de articular estudantes, servidores e terceirizados para barrar os ataques do governo e defender a educação do projeto neoliberal. Somos a favor de mais investimento na Educação, mas não concordamos com a centralidade da bandeira dos 10% do PIB para a Educação e da realização de um Plebiscito Nacional defendido por setores da UNE, ANEL/PSTU e PSOL, pois não representam uma ameça material aos ataques e não consegue dar caráter orgânico a luta da categoria. Somente a greve geral conseguirá barrar os ataques do governo neoliberal de Dilma/PT a educação.

PARA NÃO TER PROTESTOS VÃOS, PARA SAIR DESSE ANTRO ESTREITO, FAÇAMOS NÓS POR NOSSAS MÃOS TUDO O QUE A NÓS NOS DIZ RESPEITO!

CONTRA O CORTE DE 3,1 BI NA EDUCAÇÃO DO GOVERNO DILMA/PT

PELA EFETIVAÇÃO DOS TRABALHADORES TERCEIRIZADOS

CONSTRUIR A GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!

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