sábado, 26 de fevereiro de 2011

Vídeo-debate: A atual luta do povo árabe

Comunicado nº 1 RECC-CE



A luta pelo Passe Livre: entre divisionismos e boicotes

Recentemente a máfia do Sindiônibus anunciou que queria aumentar em 22% a passagem de ônibus. Esse seria o maior aumento percentual do país. Alegaram que a elevação do preço da tarifa seria em decorrência do pequeno aumento salarial dos trabalhadores rodoviários, que foi de 7%.

A posição da prefeitura/Etufor foi defender um aumento de R$ 2,00 para fingir não fazer parte do mesmo bloco de poder do Sindiônibus. Sabemos que Prefeitura/ETUFOR/Sindiônibus possuem os mesmos interesses, isso ficou muito claro na última greve dos rodoviários em 2010, onde os ataques aos trabalhadores ocorria de maneira sistemática de todos esses setores juntamente com a mídia burguesa.

A máfia dos transportes e a luta dos estudantes e trabalhadores

Cabe resaltar a importância do Sindiônibus em Fortaleza. Este não representam apenas uma empresa que recebe várias concessões fiscais da prefeitura/PT e de Cid/PSB, como o não pagamento do ICMS e do ISS. Ele é na verdade um importante investidor nas campanhas eleitorais e representa um verdadeiro ultra-monopólio com influência política no Estado. Os empresários Chiquinho Feitosa e Jacó Barata possuem juntos mais da metade do controle sobre os ônibus da cidade. Por isso é necessário unificar campanhas estudantis contra o aumento da passagem e pelo passe-livre, com campanhas de rodoviários por reajuste salarial e contra o Sindiônibus/Luizianne/CID, tendo como mote geral a campanha: Todos contra o Sindiônibus.

A prefeita Luiziani/PT diz que a passagem em Fortaleza é a mais barata das capitais do Brasil. O que é uma mentira, pois mesmo Salvador e São Paulo, que possuem passagens mais caras, tem o PIB muito maior do que o nosso. Resumindo, em termos relativos a passagem de ônibus em Fortaleza é a mais cara do país.

Diante dessa situação, um conjunto de militantes formou em novembro de 2010 o Fórum de Luta pelo Passe Livre (FLPL). A primeira pauta foi a batalha contra a intensificação da bilhetagem eletrônica através da implantação do chip da "Libercard" nas carteiras de estudantes. Essa empresa de cartão de crédito é de um dos diretores do Sindiônibus, o que possibilita o controle da meia e sua limitação pelos empresários.

Iniciou-se assim um debate com os trabalhadores rodoviários para organizarmos uma luta em conjunto, na construção de uma verdadeira unidade proletária-estudantil, com estudantes da UECE e UFC, secundaristas e movimento popular através dos atingidos pela Copa. Tirou-se como mote geral Todos Contra o Sindiônibus e a luta pelo Passe-Livre para estudantes e desempregados e a chamada para o primeiro ato contra o aumento de passagem em Fortaleza para 24 de fevereiro, no possível dia de anúncio de reajuste da passagem.

Sobre divisionismos e boicotes

Diante disso o governismo e o para-governismo, inicialmente através do DCE da UFC (PSOL/PSTU) mostrou-se cambeleante perante aos fatos. A ala Psol/Toda Voz ora participava das reuniões, para falar que não havia sentido no espaço do Fórum, ora boicotava o espaço. Mas quando sua base de apoio começou a participar mais organicamente do Fórum estes se viram obrigados a participarem, mesmo que aparelhando-o. A ala PCR/UJR, governista, chamou outro espaço de luta contra o aumento da passagem. E a posição mais burocrática de todas foi a da ANEL/PSTU de tentar convocar outro espaço e recomendado a direção do SINTRO, que estava participando conosco do Fórum, de não participar pois este seria um espaço "anti-PSTU". Não queriam que seus militantes mais sinceros se distanciassem de sua burocracia, mesmo que para isso boicotasse a luta.
O divisionismo provocado pela burocracia para-governista do PSTU, na direção do Sintro e dos DCEs UECE-UFC, convocou até mesmo outro ato no dia da manifestação convocada pelo Fórum. Na clara tentativa de dividir o movimento. Várias reuniões de cúpulas foram convocada pelas burocracias para-governistas através do DCE-UECE e da Conlutas para conter o desenvolvimento autônomo do Fórum. O resultado foi a convocatória para outro ato no dia da manifestação convocada pelo Fórum, mas como estes iam ficar isolados, entraram no Fórum para fazer propagando do seu ato. Posição semelhante foi do PCR, que convocou um ato no mesmo horário do ato do Fórum, divulgando nos mesmos locais que havíamos passado, em uma clara tentativa de confundir os estudantes.

Os boicotes de todos os gêneros, seja o passivo como do PSOL ou ativo como do PSTU, chegando ao aprofundamento do divisionismo, e o paralelismo executado pela UJR, foram faces da mesma moeda, o DCE-UFC. Isso demonstra que a desculpa utilizada para se formar uma chapa de frente de esquerda ao DCE com o intuito de "tocar" as lutas se mostra inválida, pois quando se chega a uma situação real, como a luta contra o aumento da passagem, cada burocracia atua por si.

Desde o começo de novembro de 2010 a tática da Rede Estundatil Classista e Combativa (RECC) foi a de convocar e fomentar comitês de base em cada curso universitário, escola e local de trabalho, para dar caráter real de base ao Fórum e se opor a metodologia de cúpula engendrada pelas burocracias para-governistas ao longo de quase uma década de construção de frentes unitárias sobre a questão do transporte em Fortaleza.

O ato de 24 de fevereiro: entre a ação direta e o parlamentarismo

Luizianne, quando foi eleita em seu primeiro mandato, teve como principais eleitores os estudantes combativos que lutaram contra o aumento da passagem em 2004 e contra as propostas abusivas de Juraci-PMDB. Sabendo disso, em 2011 anunciou o aumento de passagem justamente no período de férias das escolas públicas, neutralizando os estudantes secundaristas que são os principais sujeitos das lutas contra o aumento de passagem.

A Manifestação do dia 24 de fevereiro teve um número expressivo de estudantes, entre 150 e 200, mas obviamente todo as diferentes matizes de divisionismo e boicote, anunciados acima, influênciou quantitativamente na manifestação. Como já foi dito, mesmo os setores hegemônicos do DCE-UFC (Toda Voz-PSOL) tendo aparecido de última hora para participar do ato contra o aumento da passagem, conseguiram expressar nitidamente as as suas táticas recuadas para os movimentos de massa. Tendo como principal propósito a aparição de figuras públicas, como o vereador pelego-mor João Alfredo/PSOL, que enquanto PT não se opôs a Reforma da Previdência, o parlamentarismo estudantil tem como estratégia o apoio ao parlamentarismo burguês e rejeita vilmente as táticas da ação direta estudantil, a única que nos poderá levar a vitória.

E a tendência é que isso se aprofunde, pois está marcada para a Câmara Municipal uma audiência pública, sobre "mobilidade urbana", aproveitando também o principal mote da campanha de João Alfredo, que é a bandeira pequena-burguesa do uso de bicicletas, bandeira essa que o DCE-UFC também se utiliza.

Veremos então, possivelmente, a tentativa de que o Fórum de Luta Pelo Passe-Livre venha a ter mais orgânicamente uma postura parlamentarista, no qual nossa principal atuação será a partipação em audiências públicas e demais táticas legalistas que retiram como central o protagonismo estudantil e a ação direta das massas.

Por isso convocamos todos os estudantes sinceros do povo a construirem pela base, comitês de luta pelo passe-livre nas escolas universidades e locais de trabalho. Convocamos estes estudantes que se opõem ao parlamentarismo estudantil a construirem conosco a REDE ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVA.

Venha construir a RECC

A Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC) nasceu em 2009 durante o Congresso Nacional de Estudantes numa plenária que reuniu militantes do movimento estudantil de vários lugares do Brasil (RJ, DF, CE, SP, RS, GO). Atualmente possui uma atuação organizada nos movimentos de curso (Ciências Sociais, Geografia, Serviço Social, Pedagogia), universidades e escolas secundaristas. Durante esse pouco tempo de existência, a RECC construiu uma rede de oposições estudantis para combater o governismo, representado pelas entidades pelegas UNE e UBES. Acreditamos que é fundamental reorganizar o movimento estudanil sob um programa anti-governista (contra as políticas neo-liberais do Governo Lula-Dilma), classista (a luta dos estudantes deve estar relacionada as demais lutas da classe trabalhadora) e combativo (somente a ação direta poderá conquistar nossas reivindicações).

2,00 reais é roubo!

Passe livre ou rebelião!